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Quem é Lucas "Cicatriz" Souza?

Eu sou Lucas Alves de Souza, conhecido no mundo da luta como “Cicatriz”. Nasci em 1997, em Vespasiano, Minas Gerais. Minha mãe já tinha vindo pro Rio de Janeiro, buscando uma vida melhor, e em 2007, quando eu tinha 9 anos, ela foi me buscar. Cheguei aqui no Vidigal e, desde então, sou parte desse lugar. Minha mãe, sempre batalhadora, trabalhava de diarista, e foi ela quem me incentivou a entrar no judô pra aprender a me defender. Assim, começou minha história na luta.

O judô foi meu primeiro esporte e, por um tempo, meu grande foco. Competi, ganhei títulos estaduais e interestaduais, e até cheguei a me federar. Me classifiquei para o campeonato brasileiro, mas, sem grana pra viagem, acabei não conseguindo ir. Além do judô, também treinei jiu-jitsu, onde aprendi estrangulamentos que enriqueceram minha técnica e visão de luta.

Aos 11 anos, minha vida começou a mudar quando entrei em um projeto social de boxe, a Escola de Boxe Raff Giglio, que hoje é o Instituto Todos na Luta. Esse projeto foi onde eu realmente descobri a paixão que iria me guiar. A partir dali, não larguei mais as luvas. E sempre em busca de mais, aos 15 anos, comecei a treinar muay thai. Minha primeira luta oficial foi justamente no muay thai, em 2013, e até 2017 competi na modalidade.

Foi também em 2017 que encarei uma luta de MMA em Teresópolis, ao lado do Mestre Lango, de Magé. Foi uma experiência única, que me desafiou a expandir ainda mais o meu jogo e meu entendimento sobre o que é lutar. Mas foi no boxe que encontrei meu verdadeiro lar e propósito.

Em 2015, fiz minha estreia no Campeonato Brasileiro de Boxe em Aracaju, Sergipe, e desde então, o boxe se tornou minha prioridade. Esse caminho me trouxe uma trajetória repleta de conquistas: cinco títulos de campeão carioca, campeão mineiro e campeão do Gran Prix de Sorocaba em 2018. Nos Jogos Abertos, fui prata em 2018, bronze em 2019 e novamente em 2023. Essas vitórias representam um caminho árduo, onde cada marca e cada cicatriz contam um pouco da minha história – daí o apelido que carrego com orgulho.

Em 2017, tive a chance de treinar com a seleção argentina em Buenos Aires, uma experiência que ampliou minha visão e me motivou a crescer ainda mais. Já em 2023, treinei com a seleção brasileira e com o exército, fazendo uma base de treinamento intensa e encarando sparrings com alguns dos melhores do país.

Hoje, além de atleta, sou treinador e dedico parte do meu tempo ao projeto social Bonsai Vidigal, do Cidades Invisíveis, onde treino uma turma de jovens de 12 a 17 anos. Ali, a ideia é ir além do boxe: ensino valores, disciplina e respeito, ajudando cada aluno a se descobrir e se fortalecer. O espaço do projeto é simples e, muitas vezes, a estrutura é limitada – mas é nesse improviso, com poucos materiais, que a união e o espírito de superação se fortalecem.

Também dou aulas para adultos, onde o objetivo é trabalhar a qualidade de vida, desenvolver as técnicas e trazer benefícios pra saúde. Seja jovem ou adulto, cada aluno tem sua própria batalha e seu próprio motivo para estar ali, e meu papel é apoiar todos na sua jornada, mostrando que o boxe vai muito além dos socos e defesas – é uma filosofia de vida.

Além do boxe, tenho um motivo maior para continuar: minha filha, Esther, nascida em 2015. Ela é minha inspiração diária e chegou na mesma época em que comecei no boxe de alto rendimento. Tudo o que faço é também por ela, pra mostrar que é possível superar as dificuldades e vencer, mesmo que o caminho seja cheio de desafios.

Tenho um sonho grande de abrir minha própria academia de boxe aqui no Vidigal, onde eu possa unir meu amor pelo esporte com o desejo de transformar vidas. Esse projeto, que chamo de Cicatriz Fight TEAM, é onde quero que cada um que chegue se sinta em casa, parte de uma família, e veja que ali tem muito mais que treino – tem apoio, união e propósito.

No Cicatriz Fight TEAM, lutamos juntos, e meu objetivo é que todos sintam que pertencem a algo maior. Cada história, cada luta e cada vitória é parte do que somos. Aqui, somos uma família na luta – e é isso que faz tudo valer a pena.

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